Que tipos de suporte são usados nos Abrasivos Flexíveis?
Há uma grande variedade de soluções que dão suporte aos abrasivos revestidos, apresentando-se os mais usuais.

Papel
Os suportes de papel têm diferentes gramagens, designados por letras, e estão disponíveis para diferentes aplicações. Os pesos de papel padrão são indicados por uma letra que algumas vezes é incluída no código do produto acabado. Quanto mais leve o suporte, maior o grau de flexibilidade, quanto mais pesado o papel, maior a resistência à rotura. A natureza de cada papel (densidade, espessura, flexibilidade, etc.) varia de fabricante para fabricante, até pelos tratamentos que lhes são aplicados. Por exemplo, uma camada de impermeabilização, destinada a suportar aplicações abrasivas a húmido, altera as características do suporte.
Papel | Peso (gm/2) | Notas |
A | 70-80 | Leve e flexível, o papel A é usado principalmente para a operação manual com acabamento a seco e a húmido. Neste último caso, o papel é impermeabilizado e ganha um pouco mais de peso. Usa-se em toda a granulometria, mas sobretudo acima (mais fino) do P80. |
B | 90-105 | Semelhante ao papel B, podendo já contemplar grãos mais grossos que o P80. |
C | 110-125 | Este papel médio e leve é usado quando são necessárias alguma flexibilidade e resistência. Mais forte e menos flexível do que os papeis A e B, este suporte é ainda escolhido para trabalho manual (a seco ou a húmido) e para uso em pequenas lixadeiras elétricas portáteis. Este suporte é empregue com grãos finos e médios. |
D | 130-160 | Mais forte e menos flexível do que o papel C. Este papel ainda é escolhido para lixamento manual e para uso em pequenas lixadeiras elétricas portáteis. Usa-se em grãos já relativamente grossos P36 a P80. |
E | 220-250 | Este suporte já não tendo a ser usado em aplicações manuais, sendo principalmente empregue em rolos, cintas e discos, onde é necessária alta resistência à roturaao corte. |
F | 300 | É o suporte de papel standard mais resistente e menos flexível utilizado no mercado. Usado em rolos cintas e discos que exigem grande resistência, por exemplo em cintas de elevada dimensão. |
G | 400 | É um papel muito pesado, raramente empregue. |
Tela / Tecido
Os suportes de tecido são mais duráveis do que o papel, oferecem maior resistência à rotura e toleram a dobragem contínua, continuando flexíveis durante o uso, mas são mais dispendiosos. Podem ser construídos em algodão, poliéster ou mistura de ambos (polycotton) (PA). O corpo/espessura também é referenciada por letras, que dependem muito de cada fabricante. As referências típicas são as seguintes.
Papel | Notas |
JJF | Normalmente em algodão. É um suporte hiper flexível. É relativamente raro e aplica-se a grãos muito finos. Pode corresponder a uma tela JF de outro fabricante. |
JF | Normalmente em algodão, mas também em mistura (PA), quando se pretende conferir-lhe mais resistência mecânica. É o suporte mais flexível disponível no mercado, aplicando-se grãos finos e médios. Constitui, na prática, uma variante mais flexível da referência J. |
J | É uma das referências do mercado e a sua designação decorre da palavra “jeans”. Constitui um tecido leve e flexível, empregue onde o acabamento e uniformidade da superfície são mais importantes do que a remoção de material. É ideal para acabamentos, onde a flexibilidade e conformidade são essenciais, como o trabalho de contornos, em especial de superfícies curvas. |
X | Mais forte e relativamente rígido quando comparado com a tela J, este suporte é usado em produtos projetados para grãos médios e grossos e aplicações de remoção de material e acabamento de com grãos finos. Constitui uma das telas-padrão de todos os fabricantes. |
Y | Mais forte e mais resistente à roturaao corte, é um suporte empregue em produtos projetados para aplicações severas, normalmente em cintas. Geralmente é feito de poliéster para garantir maior resistência mecânica. É, a par das telas J e X, outra das referências do mercado. |
H | Mais forte e mais resistente que as telas Y, apresenta menos flexibilidade. É relativamente rara. |
Z | A mais forte e resistente das telas. É rara. |
Sobre estas referências, encontram-se no mercado várias variantes:
- As telas JF também têm designações como JJ, F ou JFlex.
- Há telas X um pouco mais flexíveis, que os fabricantes referenciam como XJ, XF ou XFlex
- Há telas intermédias, entre as telas X e Y, que são referenciadas como XY
- Alguns fabricantes usam telas Y reforçadas, que distinguem, designando-as por YY. Outros podem designá-las, eventualmente, por H.
Combinação
Constitui um suporte combinando, por laminação, tecido e papel rígido (E ou F) e é usado onde a resistência mecânica à rotura e à quebra/dobragem constitui um requisito determinante. É empregue principalmente em grandes cintas calibradoras com grãos grossos, para aglomerado de madeira / MDF.
Filme
O filme em poliéster é usado como suporte para os produtos de polimento de precisão. É usado com mais frequência para cintas e discos abrasivos para lixadeiras orbitais. O filme é mais durável, resistente mecanicamente e aos ataques químicos que o papel, mas bastante mais caro. Pode ser usado húmido ou a seco. Destina-se tipicamente a grãos muito finos, acima de P800, para assegurar uma uniformidade superior da superfície abrasiva e melhor qualidade do acabamento.
Fibra
A fibra é um material duro e durável com grande resistência mecânica, mas fornece, ainda assim, flexibilidade para as aplicações pretendidas. Normalmente a fibra é constituída por várias camadas de papel ligado por resina. Apresenta espessuras que podem variar entre 0,6 e 0,8 mm de espessura e a maior resistência dos suportes de abrasivos revestidos. É usado exclusivamente para fazer discos de fibra de resina. Tem, frequentemente, camada top size.